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quarta-feira, 28 de novembro de 2012

O sonho Ícaro e o meu

O sonho Ícaro e o meu
Dione Fonseca

Desde menina guardo o sonho de Ícaro. A vontade de voar. Ele pensou em tudo e pensou correto. Mas era seu o sonho. Fico imaginando os detalhes daquele homem sonhando imaginando e construindo. Assim como Ícaro, também sonhamos, mas os sonhos nascem dentro de nós e não de fora para dentro. Recordo-me de ver em minha mente a cera derretendo e ele maravilhado com o que via, esqueceu que a cera derreteria com o calor. Momentos vividos jamais esquecidos. O que Ícaro sentiu mesmo maravilhado, o minuto foi dele, o sonho e os momentos.  Quantos os invejaram e sentiram a vontade de voar. Mas temos os pés no chão, e a lei da gravidade é a nossa realidade. Sonhamos, imaginamos e queremos e esquecemos do principal: que a cera derrete. Temos ceras diferentes... Temos sonhos diversificados. Como esta vontade de escrever sentimentos nas entrelinhas de escritos no meio da noite. Esta necessidade de escrever, registrar sentimentos. Meus sonhos são meus, meu querer nasce em mim dentro não fora. E sonhamos que faz parte da vida. Mas a cera nos lembra que lá fora este sonho não existe, porque está dentro de nossa essência. Os sonhos de outros, mesmo que de alguma forma esteja algo de nós presente não reflete o âmago de nós mesmos. Amar é sentimento forte, que como a catapulta remete a pedra, mas o impacto que ela causa depende do lugar que vai cair das barreiras encontradas . Talvez por sonhar muito, alce voos imaginários que não causem o impacto que desejaria no outro. Quando amamos, o sentimento é nosso, é único, embora direcionado e querido, o que o outro pensa e sente não nos pertence. Existe o limite onde nunca tocamos, é o que o outro sente. Às vezes desejamos tanto algo que construímos dentro de nós, respostas que são apenas nossas. Quando recebemos um beijo sentimos gosto, sabor e uma sensação tomando conta do nosso ser, e esquecemos de ver que o sentimento é nosso e único. O efeito causado pela pedra da catapulta lançada e recebida já não pertence à mão que lançou, mas sim a quem a recebeu. Não sentimos o impacto nem a causa. Ícaro voou e o que sentiu foi apenas dele. Apenas podemos imaginar e sonhar com o momento. A felicidade, o realizar pode imaginar mas não sentir. E pode ter sido algo diferente, Ícaro pode ter sentido medo, frio e ter se descontrolado. Prefiro construir o sentimento de potência e realização da conquista e dos momentos de êxtase, que jamais serão superados. Um sentimento que avalio pela sensação do encontro da pessoa amada, da felicidade do estar. Mesmo sendo nosso é cheio de paz de encantamento, onde o riso mora e a saudade são perpétuos, que nos fazem levantar no meio da noite e escrever, porque transbordam e querem sair de alguma forma. Existe a realidade que de alguma forma quer nos mostrar que existe a cera, que nossos voos são nossos. A minha prioridade de voar me pertence, e por mais que eu queira e sonhe, existe o limite do querer do outro. Maktub.
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Lembranças e saudades


Abro o chuveiro
A febre aos poucos se esvaindo.
Não é meu corpo que queima
Minha mente que resente quente de saudade.
A água envolve meu corpo perfumado de essências.
Teu rosto presente e vivo em minha mente.
Queima a alma sentindo a presença ausente.
Espumas caem misturadas a água que jorra.
Lembranças que fazem sorrir e chorar.
Suspiros que de minha alma brota.
Toco-te e acaricio sem poder alcançar.
 Sua voz meus ouvidos embala.
Teus carinhos como o sabonete a me tocar.
A febre na mente virando semente que no coração vai brotar.
Teu perfume de lavanda eu sinto no beijo sonhado que a boca me toma.
De tuas mãos doces caricia que com toque de beija-flor em meu rosto vem pousar.
Minha alma neste momento te alcança e suspiro fundo sentindo meu corpo te desejar.
A dança do amor em minha mente que em vão na água tento aliviar.
                Quem me dera ter agora azas e ao vento ligeiro poder até você chegar.
                Beijaria teus lábios sedentos e neste encontro de amor minha febre acalmaria.
                Minha mente em paz ficaria e minha saudade termina nas delicias de poder meu amor tocar.
                Dione Fonseca
                28/11/2012
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Saudade malvada

Saudade malvada


Quer meu coração derrotar.
Te mato vendo quem amo
A alegria reina em seu lugar.
Mas chega o momento
De ter que te deixar .
Ai como uma fênix,
 Saudade volta a reinar.
Passos os dias suspirando
Querendo junto de você estar.
Dói à saudade novamente.
E meu coração recomeça a suspirar.
Suspiro vem da alma nos lábios se instalar.
|Só tem uma maneira de calá-los.
São seus beijos que eu quero,
Felicidade volta a reinar.
Circulo vicioso.só tem uma maneira de evitar.
É ficar sempre por perto pra saudade não voltar.
Dione Fonseca
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