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sábado, 7 de maio de 2016

Minha mãe


 Minha mãe
 Saudades do lar
Quando juntos em  casa  mãe vivíamos.
Guerreira incansável exemplar.
 Quanta vez acordou chorando
 Pelas mágoas da vida sem solução.
 Choro calado e reprimido no coração
Nem para  parar tinha tempo
 Nem horário para se  cuidar
 Sua prioridade eram os filhos
Lavar, cozinhar e passar.
 Mas a noite tinha tempo para nos abençoar.
 Mil orações  e pedidos  em seus lábios jorravam
 E ecoava no silêncio da noite a voz de cada filho
A benção mãe dorme com Deus.
 E sete vozes  uma a uma  era ouvida
 Deus te abençoe, dorme com Deus.
 Hoje as noites são caladas
 O silêncio tomou conta do coração
Não mais escuto aquela voz me abençoando.
 Meus irmãos espalhados pela vida.
 Em meu coração a dor da saudade.
 Em meus lábios  no coração a mensagem
 Dorme com deus meus filhos e abençoe meus irmãos.
 Descanse em paz minha mãe, cumpriu sua missão.
 Seus filhos venceram na vida e tem seus exemplos no coração.
E como disse o grande poeta Camões
‘Se lá no acento etério onde subiste
 Memoria desta vida se consente.
Relembra deste amor ardente e viva eu na terra sempre triste”’

Alma Minha Gentil, que te Partiste
Alma minha gentil, que te partiste 
Tão cedo desta vida descontente, 
Repousa lá no Céu eternamente, 
E viva eu cá na terra sempre triste. 

Se lá no assento Etéreo, onde subiste, 
Memória desta vida se consente, 
Não te esqueças daquele amor ardente, 
Que já nos olhos meus tão puro viste. 

E se vires que pode merecer-te 
Algũa cousa a dor que me ficou 
Da mágoa, sem remédio, de perder-te, 

Roga a Deus, que teus anos encurtou, 
Que tão cedo de cá me leve a ver-te, 
Quão cedo de meus olhos te levou. 

Luís Vaz de Camões, in "Sonetos" 



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